segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pretinho Básico e o desserviço ao Massa Crítica


Ouvindo, hoje, o Pretinho Básico, me deparei com uma declaração do âncora, Alexandre Fetter, que me caiu os Butiá, as pedrinhas e até as costuras dos bolsos (ditado gaúcho)... este comunicador, numa de suas verborréias, disse que passou com seu automóvel, o dignitário das ruas, pelo Massa Crítica que acontece em POA, toda última sexta de cada mês, e, segundo ele, era um movimento AGRESSIVO, falando de forma GENERALIZADA, que os ciclistas provocavam, xingavam e ofendiam os motoristas. 

Ora, em todo o movimento, em todo grupo, em toda organização, existem os exaltados. Mas, são a maioria? Não creio. E, atenção patrulha, não estou puxando pro meu lado, não! Isso é fato! É só vir pedalar, que você vai ver! Em uma mostra de ignorância completa, divagaram - sem propriedade - sobre a legitimidade do Massa Crítica, sobre não terem escolta, sobre trancarem ruas, falando, inclusive, de supostas pessoas impedidas de chegar ao hospital! Não se sabe de um caso sequer de que alguém tenha morrido por causa do Massa, mas sabemos de inúmeros, que morreram por causa dos automóveis (culpa de seus motoristas, claro!) ou de engarrafamentos que, estes sim, não os deixam chegar a tempo ao atendimento de emergência!

Tenham dó! É a coisa mais errada que já ouvi sobre o Massa Crítica, é uma ignorância que é repassada á audiência, onde colocam o ciclista, que precisa ir á rua protestar para manter a sua INTEGRIDADE, pois o trânsito caótico ceifa vidas e coloca o automóvel em prioridade, o que é uma forma não sustentável, poluidora e errada de transporte e de pensar! Precisamos deles, ok, patrulha? Sei disso, não sou tão ingênuo, de achar que podemos viver sem eles... na contramão de países desenvolvidos, este tipo de comentário, que depois foi quase unanimidade (e louvo o Potter pela sensatez demonstrada, ao entender e apoiar o Massa Crítica), é uma constante em nosso Brasil, tão carente de mentes não diria brilhantes, mas pensantes... é uma pena, que isto tenha ido ao ar! É uma pena que tenham colocado o Massa Crítica de POA, na qualidade de DESLUMBRADO, pois, segundo a fala de alguns deles, está na mídia, na vitrine, após o atropelamento do monstrorista Ricardo Neis. Que segundo alguns, principalmente agora, depois dessa, deve ter aumentado a legião de fãs e pessoas que o "entendem"...

Falaram, ainda, pois são intocáveis, protegidos pelo massivo departamento jurídico da RBS, que o Massa tem que ter escolta, que o Massa É, SIM, um protesto agressivo, que está errado, e que, por fim, atrapalha o sagrado trânsito e irrita os já irritados motoristas, que estão assim por causa desse mesmo trânsito onde estão confinados por horas, para ir para casa ou trabalho.

A ignorância continuou, com um email de um ouvinte, confirmando todas estas barbaridades vomitadas pelos comunicadores, numa mostra de comportamento irascível, próprio de monstroristas irritados com sua imobilidade, num trânsito cada vez mais caótico... não somos nós, ciclistas, que perturbamos a ordem, por favor! O Massa Crítica acontece em países do mundo inteiro! Existem países desenvolvidos que cultuam o Massa Crítica como verdadeiro direito do cidadão! Aqui, o que somos? Estorvo! Pensamento pequeno de um país que ainda não sabe ser livre e respeitar a liberdade dos outros...

Por fim, no programa das 18:00, que ouvi na esperança de que alguém se insurgisse contra tantas sandices, a cereja do bolo! A EPTC envia um email, dizendo que é ela, sim, que é responsável pelo trânsito, e que os organizadores NÃO AVISARAM que iam fazer a bicicletada... ora essa, EPTC! Quer dizer que se eu sair da minha casa, com a lotação completa da Kombi da firma do meu pai, eu tenho que avisar vocês? Ou se eu viajar com a família, em três carros, preciso da escolta de vocês? Somos livres para atrolhar as ruas de carros, mas não temos o direito de passar UMA HORA E MEIA pedalando? Que coisa, é tanta tolice, que nem sei o que dizer... um órgão público, ajudando a incitar a discórdia - que já é grande - entre motoristas e ciclistas...

O Massa Crítica é um movimento legal! Não está na "clandestinidade", não tem terrorista, ao contrário do trânsito - quem nunca levou uma fechada? Quem nunca levou um "fino" de um carro? Quem nunca foi alvo de engraçadinhos, que buzinam, que aceleram, que jogam o carro em cima de nós, ciclistas? (Graças a Deus não são a maioria) Esses, sim, são os terroristas! O Massa Crítica não é um bando de reacionários querendo o fim do patrimônio. Nós queremos mais amor e menos motor! Vocês, comunicadores, vocês, EPTC, você, ouvinte irado que mandou e-mail, você, que acha que estamos atrapalhando seu santo trânsito, você, que acha que isso não dá em nada e não vale á pena, vocês todos macularam essa máxima, que os países desenvolvidos em idéias, ações, e reflexões já sabem e aplicam: BICICLETA! UM CARRO A MENOS! MAIS AMOR, MENO MOTOR! E, quando se exaurirem os combustíveis fósseis e tivermos um carro, mas não gasolina, seremos todos vítimas, não só nós ciclistas, que enfrentamos diariamente numa magrela 1 tonelada de preconceito, ira e intolerância em forma de aço sobre rodas.

Este tipo de coisa minimiza os atos de pessoas como O Sr. Ricardo Neis e até qualifica novos Ricardos Neis, para sair pleiteando seus direitos de um trânsito livre de ciclistas que só atrapalham.

Num Brasil onde o povo é massa de manobra, estas pessoas num meio de comunicação como a Atlântida prestaram um tremendo desserviço. Cabe a nós trazer de volta o bom senso, pisoteado neste programa. Ou não?


Poilama Bikers


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Hamilton x Armstrong

Publicado no Correio Braziliense em 29 de maio de 2011. Imagem ilustrativa WEB.


Quando assisti ao vídeo do Tyler Hamilton no 60 min em cbsnews.com na última semana, já não tive a mesma reação ingênua do último novembro, quando soube do falecimento de um ciclista em Brasília, logo após uma prova na cidade.

Não é uma questão de comparar credibilidades: Hamilton ganhou ouro em Atenas, 2004. Também foi companheiro de Lance Armstrong na US Postal, entre 1998 e 2001. Segundo consta, Armstrong é o atleta mais vigiado da história anti-dopping, mas Hamilton é categórico ao assumir que utilizou substâncias ilícitas e que testemunhou o companheiro de equipe injetar EPO (hormônio que estimula a produção de glóbulos vermelhos, aumentando a capacidade de transporte de oxigênio no sangue).

Infelizmente, a desconfiança é a palavra chave em um momento como esse. Por um lado, ao lançar seu livro em meio a uma declaração bombástica em um dos principais programas americanos, Hamilton aparece para o mundo em uma vitrine maior que a própria Olimpíada, e garante uma tiragem sensacional para sua publicação. Por outro lado, tem sempre o dinheiro.

A história de Lance Armstrong é emblemática e rodou o mundo. Ciclista de modesta projeção, descobriu em 1996 um câncer nos testículos, com metástase no cérebro e no pulmão. Ao invés de sucumbir, tratou-se e foi alçado à constelação do ciclismo mundial, tornando-se o maior vencedor do Tour de France: 07 títulos - o primeiro já em 1999.

Macular sua trajetória é agressivo não só pelo seu exemplo como atleta e superação na vida pessoal, mas pelo impacto no trabalho da Fundação que leva seu nome. Mas penso que pior é considerar a possibilidade de conivência da própria UCI - entidade máxima do esporte, que supostamente teria omitido um resultado positivo de dopping em sua carreira.

Pelo dinheiro, e pelo status envolvido, a briga vai longe e é caso para a Justiça. No entanto, sigo preocupado com outra categoria, distante dos holofotes mundiais, distante das milionárias contas bancárias, dos patrocínios e das marcas globais, dos times profissionais e das provas internacionais - para quem existe a UCI.

Falo do Brasil e de Brasília, especificamente. Longe dos controles positivos, certos da impunidade. Transfusão de sangue, EPO, diuréticos com vaso-dilatador e sabe-se lá o que mais, para andar forte no pelotão do Lago Sul.

O que era ridículo e abominável, agora bate à nossa porta. 
 






quinta-feira, 26 de maio de 2011

NY lança campanha para educar ciclistas



A cidade de Nova York está super ativa para promover a bicicleta como meio de transporte. Uma de suas campanhas para incentivar o uso correto da bicicleta, no entanto, chega a soar até um pouco agressiva.

Com o tema “Don’t Be a Jerk” (“Não seja um babaca”, em tradução livre), a cidade produziu uma série de vídeos para mostrar como os ciclistas devem se comportar enquanto pedalam pela cidade.

O primeiro vídeo mostra que o ciclista deve respeitar a faixa de pedestres, tomar cuidado com os transeuntes e parar no farol vermelho. Esse vídeo pode se aplicar ao Brasil, uma vez que, segundo o Código Brasileiro de Trânsito, a bicicleta é um meio de transporte e deve seguir as mesmas regras que os outros veículos. A mensagem principal do vídeo é: “Carros param, bicicletas param e pessoas atravessam”. Muito justo, não?




No segundo vídeo, o governo de Nova York busca evitar que os ciclistas pedalem pela calçada, o que pode ser perigoso para os pedestres e também para o ciclista. Lugar de bicicleta é na rua, compartilhando o espaço com os carros de forma segura e civilizada. Veja abaixo:




O último vídeo mostra aos ciclistas que não é recomendável pedalar contra o fluxo de carros e bicicletas. Pedalar de acordo com o fluxo de veículos (e de outras bicicletas) é mais seguro para o ciclistas e facilita a visão que os motoristas têm da bicicleta.


Superpoderes Ciclísticos: conectar gerações



Não por causa de juntar pontos no espaço. Nossas pernas fazem isso. A bicicleta cumpre algo mais difícil: unir dois eventos isolados no tempo. Criar ligações entre duas ou mais gerações.

Por suas ligações com os primeiros estágios de vida, a bicicleta simboliza vigor juvenil que revitaliza o ciclista que está no controle. O jovem, ao contrário, tem na bicicleta um símbolo de responsabilidade de estar crescendo.

Realmente não importa o motivo. Uma vez no selim, a natureza essencial da bicicleta nos obriga a descartar o supérfluo, o oposto de ficar em um carro. O biciclo pode transportar apenas nós mesmos, sob o risco de nos transformar em um motor dois tempos. Para o ciclista, uma declaração de independência.
Libertado de sua situação precária de ser bípede, responsáveis por manter o equilíbrio tênue, pai e filho, tio e sobrinho, avô e neto estão prontos para compartilhar a riqueza da estrada. Uma experiência muito grande.

Esta não é a comunicação típica de palavras, tão imperfeitas e enganosas. A comunicação é muito mais abrangente, sentimentos internos que se afloram a medida que nos tornamos parte de certas paisagens. A conversa, se ocorrer, é casual. Mas como sempre, sua musicalidade está cheia de notas profundas.
Ao ar livre o caminho volta a ter o sentido de promessa de quando éramos nômades. As hierarquias não se desfazem, tornam-se toleráveis. A criança finge ser um adulto no estilo de dominar uma máquina. O adulto tenta ser uma criança na maneira de desfrutar de uma curva.

Pela primeira vez, ao mesmo tempo, eles parecem estar dispostos a prestar atenção um ao outro. Dois conjuntos fechados que se cruzam em um ponto. Dois solitários que formalizam uma trégua. Não importa o que o ciclista tenha vinte ou trinta anos a mais ou a menos, ou que pelo resto de seus dias voltem para o isolamento das tarefas diárias.

Compartilhar um passeio de bicicleta é um mistério que restabelece a possibilidade de estarmos juntos, independente da nossa idade ou relação de parentesco. Uma virtude que as caminhadas foram perdendo por estarem contidas em centros comerciais luminosos que eufemisticamente chamamos agora de “cidades”.

Texto traduzido livremente do espanhol, publicado originalmente em: “Ciclovía: Transportes y comunicaciones“. Vídeo visto primeiro aqui: ‘Sonho: a bicicleta’.

por João Lacerda 


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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ai, o ócio: rapazes fazem bicicleta humana em esteira de aeroporto à espera de voo

  • Rapazes fanfarrões fazem bicicleta humana em esteira de aeroporto
    Rapazes fanfarrões fazem bicicleta humana em esteira de aeroporto

Quatro amigos estavam tão entediados esperando por um voo em um aeroporto, que decidiram passar o tempo aguçando o lado criativo-fanfarrão deles.

Eles entraram na esteira e deram uma de acrobatas fazendo uma "bicicleta humana", enquanto as câmeras de vigilância do terminal filmavam tudinho.

O vídeo abaixo é hilário e se tornou uma sensação da internet com milhares de acessos em poucos dias.


Do UOL Tabloide
Com informações do  "The Sun"

Gi' livet luft - Cyklisternes By



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Pedalando para o trabalho

cortesia PBIC
www.biketoworkinfo.org / Dan Burden
     A organização norte-americana Pedestrian and Bicycle Information Center (PBIC) lançou um site muito bem feito e organizado, com recursos e orientações sobre como usar a bicicleta como transporte urbano durante o ano todo.
     Andar de bicicleta é uma forma divertida de andar pela cidade e, ao mesmo tempo, aumentar a atividade física diária, reduzir o congestionamento das ruas, ajudar o meio ambiente e ainda poupar dinheiro! Enquanto o custo anual de ter e manter um carro, nos Estados Unidos, chega a mais de $9.000 dólares, ou 18 por cento da renda anual da classe média, possuir e manter uma bicicleta pode custar tão pouco quanto $ 120 dólares ao ano.
O novo site - www.biketoworkinfo.org – tem como objetivo fornecer recursos para ciclistas urbanos iniciantes e experientes e também para todos que querem promover o uso da bicicleta. Visite o site e baixe planilhas para organização de eventos, dicas para os uso individual da bicicleta, bem como informações para empregadores e patrocinadores. Dois bons exemplos de documentos disponíveis:
- quando as pessoas pedalam, coisas boas acontecem, com dados estatísticos convincentes (em inglês)
- guia básico para ir de bicicleta ao trabalho, destinado a quem quer começar a pedalar

     Mesmo que esteja todo em inglês, vale a pena conferir pelo menos a galeria de fotos grátis. A foto acima foi retirada de lá.
     Na seção “Programs in Motion ” pode-se ler sobre histórias de sucesso dos projetos Bike to Work por todo os Estados Unidos. O site também oferece um fórum de discussão, que pretende ser um espaço onde sejam trocadas ideias sobre como conseguir que um projeto “Pedalando para o Trabalho” saia do papel ou qual o melhor caminho pra fazer um evento de sucesso.
Maio é o Mês Nacional da Bicicleta nos Estados Unidos, coordenado pela League of American Bicyclists (Liga Americana de Ciclistas). Estão previstas várias atividades, entre elas a Bike-to-Work Week, na semana de 16 a 20 de maio. Este ano, o Bike-to-Work Day, nos EUA, será na sexta-feira, 20 de maio.

Transporte Ativo 

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A diferença

    Compare:
Campanha
Campanha
Campanha
clique nas imagens para vê-las em tamanho grande
    Estas peças publicitárias foram criadas e produzidas por Mikael Corrêa.
Publicitário em Bauru-SP, e também adepto da bicicleta como meio de locomoção, ele desenhou a campanha como proposta de fazer um comparativo, por meio de imagens, entre o transporte motorizado e o transporte humano, e suas consequências não só ambientais mas na vida da própria pessoa.
Mikael gentilmente doou os três cartazes e anúncios para a Transporte Ativo.
Achamos a campanha genial, de uma inteligência sutil e um humor fino, e ficamos extremamente agradecidos. Assim como o Mikael, há tempos nossas ações se focam em contribuir para a conscientização do maior número de pessoas.
    E você, já fez o teste comparativo no seu dia-a-dia?

Transporte Ativo 

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terça-feira, 17 de maio de 2011

9 motivos para você adquirir uma 29er hoje



1
 Menor ângulo de ataque: Pela minha experiência no blog do P29BR, percebo que uma parcela de meus leitores é avessa a explicações demasiado técnicas, então tenho certeza que alguns de vocês devem estar questionando a razão de começarmos esta coluna falando justamente sobre um termo técnico. Fiquem tranquilos, nem vou me ater a uma explicação mais profunda, contudo sugiro aos que tiverem dúvidas, assistir a um divertidíssimo vídeo produzido pela extinta, mas não esquecida, Fisher Bikes (http://www.youtube.com/watch?v=7EgvJ5Rylpo). Basicamente, as mountain bikes equipadas com rodas de 29 polegadas apresentam um ângulo de ataque menor que o encontrado nos modelos padrão aro 26, essencialmente quanto maior a roda, mais esse ângulo de ataque decresce e, por consequência, aumenta a facilidade em transpor obstáculos na trilha. Aqui está a razão que explica uma qualidade inerente de todas as 29ers, a extrema facilidade para engolir as irregularidades do terreno.

2
 Melhor distribuição de peso: Algo muito comum hoje em dia é ouvir um proprietário de 29er dizer que não apenas se posiciona sobre a bike, mas literalmente dentro dela. Essa sensação única é decorrente da concha do movimento central estar posicionada consideravelmente abaixo do eixo das rodas, em decorrência disso, um centro de gravidade mais baixo e um aumento efetivo na estabilidade em comparação às bicicletas aro 26. O peso do piloto fica melhor distribuído, permitindo ao biker pedalar em pé com mais destreza.

3
 Tração aumentada: Em função mais uma vez do diâmetro adicional das rodonas, naturalmente cresce a área de contato dos pneus em relação ao solo em se comparando com as irmãs equipadas com aros menores, como resultado, a geração de uma dose extra de tração, tendo como consequência direta uma maior facilidade para atravessar trechos de lama ou areia.

4
 Melhor aproveitamento do momento: Talvez o principal segredo para pedalar com sucesso uma 29er, seja tirar proveito do momento e fazê-lo trabalhar a seu favor. Teoricamente é mais difícil colocar em movimento a partir do zero uma bike com rodas de 29 polegadas, na prática, pela própria evolução do formato nos últimos anos, esse comportamento não se configura mais em algo tão perceptível assim num primeiro instante. De qualquer forma, trata-se de uma variável que exerce influência real sobre seu desempenho final e deve ser considerada. Após colocar uma 29er em movimento, você deverá aprender a valorizar esse momento e manter ao máximo os pneus rodando de forma a utilizar a menor parcela possível de esforço físico no processo. Você irá usar menos os freios e levará uma vantagem efetiva nas retomadas, subidas mais curtas e saídas de curva, além de se tornar um piloto melhor no futuro, independente do tipo de bicicleta que queira pedalar. Um grande exercício nesse sentido é colocar a bike numa marcha confortável e não trocá-la mais durante todo o treino, ou, melhor ainda, converter sua 29er para singlespeed. Como curiosidade, atualmente a grande maioria de modelos singlespeed disponíveis comercialmente no mercado é composta de bicicletas aro 29.

5
 Desempenho superior em curvas: Mais uma vez, na teoria, as rodas de 29 polegadas tornam mais difícil o ato de girar o guidão. Na prática isso atualmente é imperceptível em função das características geométricas dos melhores quadros e garfos presentes no mercado. O desempenho de uma boa 29er em curvas é excepcional se comparado com outra mountain bike aro 26, aqui também a maior área de contato dos pneus com o terreno, conhecida como “footprint”, conspira a favor das rodonas. Você nunca terá feito curvas tão seguras, rápidas e eficientes.

6
 Hardtail com gostinho de Full-Suspension: A evolução constante das 29ers resultou na redenção das hardtails que vinham perdendo mercado a passos largos para os modelos de suspensão integral em termos de XC competitivo. Por conta do conforto extra proporcionado pelas rodas maiores e do emprego de sistemas tubeless, hoje em dia uma rabo-duro aro 29 chegar a ser tão confortável quanto uma full aro 26 com até 4 polegadas de curso traseiro. Isso sem falar no menor custo de aquisição e de manutenção da hardtail. A tecnologia atual presente nas 29ers alavancou inclusive as vendas de garfos rígidos.

7
 Veículo perfeito para maratonas: A forma como as populares provas de XC Maratona e Trip Trails estão formatadas aqui em nosso país, favorece em muito o emprego das 29ers que brilham nos estradões e permitem aos pilotos manterem médias mais altas de velocidade, tudo isso carregando menos peso e desfrutando de boa dose de conforto.

8
 Maior presença de modelos nas lojas e trilhas: Apesar de todo o fascínio e curiosidade que as 29ers tem despertado nos últimos tempos, além do forte trabalho realizado pelo P29BR, ainda hoje no Brasil, principalmente nos pontos um pouco mais distantes dos grandes centros, existe muito revendedor cético em relação ao potencial das rodas grandes. Já considero interessante a oferta de componentes voltados às 29ers em terras brasileiras, entretanto concordo que ainda está longe do ideal. Tenho informações concretas que no decorrer deste ano surgirá um número apreciável de novas opções no mercado nacional, inclusive, pelo menos duas marcas de quadros de baixo custo, além de opções em garfos, aros e pneus. Você, futuro proprietário, não precisa se preocupar com a falta de peças. Dou minha palavra que nunca ficará sem pedalar sua 29er por esse motivo.

9
 Contato com um novo mundo: Você que adquirir sua primeira 29er, conhecerá uma nova forma de pedalar e interagir com seus caminhos prediletos, uma empolgante maneira de redescobrir o Mountain Biking. Como costuma dizer o eterno mestre Gary Fisher, “Bigger wheels, bigger fun!”.

PROJETO 29 BRASIL

POR ADIL FILOSO

DESIGNER, PESQUISADOR DO MOUNTAIN BIKING, ATLETA E MEMBRO DA EQUIPE PEDAL 29

ATLETA PATROCINADO POR: SCOTT BIKEWEAR / AVID / VZAN / MOB – MASTERS OF BIKES / ASHIMA / TRIGON

quinta-feira, 12 de maio de 2011

LA BICICLETA COMO TRANSPORTE SOSTENIBLE Y ECONOMICO

Esta entrada en nuestro blog estaba a la vuelta de la esquina, sera por el increíble precio del combustible, sera por que es totalmente insostenible una circulación masiva de coches en nuestras ciudades y pueblos, o simplemente sera por calidad de vida.

Sea por lo que sea, cada vez hay mas gente que toma la bicicleta como alternativa al coche. Nosotros desde ibikemachanic empezamos a promocionar la utilización de este medio tan ecológico con nuestra propia implicación, es decir nuestro transporte diario esta en una proporción del 50% mediante transporte limpio y no contaminante.

Ir en la bicicleta te permite parar en el la misma puerta del bar del casco antiguo de cualquier ciudad incluso en zona peatonal, para coger fuerzas para llegar a casa sin problemas de energía.


Disfrutar de vistas de forma tranquila de los monumentos de la zona.

Tener un momento de paz para hablar cara a cara con las personas y poder detener el tiempo.
Subir tranquilamente sin forzar el cuerpo ni la bicicleta, parando a certificar el cambio diario de cada uno de los paisajes.

Las campanillas rosas en el margen del bosque de nogueras, nos hace mirar una y otra vez su especial forma.

El olor de la madera de los eucaliptos cortados y amontonados en perfecta alineación en el margen de la carretera vecinal.


Un viejo tractor reposando del trabajo duro del bosque

Estas imágenes son de la vuelta a casa después de cerrar nuestra tienda de Betanzos cada noche,  la bicicleta tiene mas de 20 años de antigüedad con lo que queremos demostrar que no hace falta ir con la ultima tecnología en bicicletas, en nuestra tienda tenemos muchos accesorios para poder transformar en cómodas aquellas bicicletas que ya no usamos, ponerle una bolsa delantera o un canasto, un porta equipajes trasero, una silla de niño delante o detrás, o bien como ya habréis visto en algunas entradas de nuestro blog arrastrar carros de transporte de animales, cosas o niños.

Cada año que tengo la oportunidad de viajar a Eurobike, una de las dos mejores ferias de bicicletas del mundo, y de buen seguro la mas completa en transporte eléctrico y accesorios para el uso urbano de nuestras bicicletas, me doy cuenta que en los países europeos como Suiza y Alemania, nos llevan una ventaja de mas de 25 años en la movilidad sostenible, es realmente espectacular pasar por una estación de tren y ver la cantidad de bicicletas aparcadas en los parkings habilitados para ese menester. 
 





terça-feira, 10 de maio de 2011

Rally de SUVs e jipes atropela grupo de ciclistas

Um dos participantes do "rally".
Ao contrário dos primeiros carros, esse reduziu a velocidade, mostrando respeito pelas vidas que estavam estava ali. Foto: Sampa Bikers


No último sábado, 7 de maio, um grupo de ciclistas que fazia um passeio de mountain bike foi surpreendido por um rally de veículos 4×4, em alta velocidade, numa estradinha do interior paulista. Um dos ciclistas foi atingido nas costas e por sorte o encontro não acabou em tragédia.
O grupo de 40 ciclistas – entre eles, 18 mulheres – fazia um passeio de Joanópolis a São Francisco Xavier, trafegando por estradas de terra e contando até com carro de apoio. Ao fazerem uma parada para lanche, veículos de porte grande como Mitsubishi e Troller surgiram em alta velocidade na estrada. Segundo Paulinho de Tarso, do Sampa Bikers, os carros que puxavam a fileira de “competidores” aceleraram para cima dos ciclistas em vez de diminuir a velocidade.
“O ‘ataque’ foi efetuado pelos três primeiros carros, que passaram em alta velocidade. O primeiro deles, que atingiu dois de nossos ciclistas, também acelerou em cima de todos do grupo. Por pouco não passamos por algo semelhante do ocorrido em Porto Alegre”, conta Paulinho.
O grupo de motoristas seria do Rallye Clube do Brasil. O Vá de Bike tentou entrar em contato por e-mail com o clube no início da tarde de segunda-feira, reenviando o e-mail no final da tarde, mas não obteve nenhuma resposta até a terça de manhã.
Vídeo
Os ciclistas conseguiram registrar alguns dos carros, um deles o da imagem abaixo. Repare que a estrada não oferece condições para trafegar em alta velocidade.
Apesar da velocidade que podemos perceber nessa imagem, os carros que passaram antes deste estavam ainda mais rápido, mas não puderam ser filmados porque os ciclistas foram pegos de surpresa.
Ameaças e ofensas
“Quando o primeiro carro apareceu colado na bike do Patrick, a gente começou a acenar para diminuir a velocidade. Ele então acelerou ainda mais. Para o segundo carro, acenamos para diminuir e ele também acelerou. Uma menina abriu o vidro, nos xingou e disse que estávamos atrapalhando o rally, pois eles estavam atrasados”, afirma Paulo.
Patrick Folena, empresário de 37 anos que foi atingido nas costas por um dos veículos, também conta que os motoristas dos primeiros carros ofenderam os ciclistas com palavras de baixo calão. Por sorte a pancada foi leve e Patrick está bem, mas algo muito pior poderia ter acontecido.
Paulo de Tarso ressalta que “nem todos os participantes do rally cometeram esse ato de barbárie”. Os que vinham mais atrás, em carros menores, diminuíram a velocidade e até foram simpáticos com os ciclistas.
Rally clandestino?
Alguns carros tinham números adesivados e também o nome Rallye Clube do Brasil. Mas não havia nenhuma sinalização ou aviso na estrada que indicasse que uma competição com carros em alta velocidade estava sendo realizada ali. Também não havia nenhum batedor, avisando da passagem dos competidores.
A estrada não oferece condições de circulação em velocidade. “Era uma estrada de terra de zona rural, onde há muitas pessoas a pé, gado e cachorros”, conta Patrick, que afirma ter visto um cachorro atropelado na estrada, mais adiante.
Sobre a sinalização, Patrick conta que não havia “absolutamente nada, nenhuma indicacao, placa ou comunicado. Acredito que nesse tipo de evento a trilha deveria ser fechada exclusivamente para os carros, assim a populacao nao correria riscos”.
Entre as perguntas ignoradas pelo clube de “rallye”, o Vá de Bike questionou se havia autorização das prefeituras locais para realização de uma competição com veículos automotores em estradas públicas.
Certeza de impunidade
Infelizmente os ciclistas não chegaram a fazer boletim de ocorrência. “Deveríamos ter feito. Na verdade quando cheguei em São Fracisco Xavier até procurei um posto de polícia, mas não havia, somente em São José dos Campos. Aí como lembrei que lá em Porto Alegre o cara foi solto, desencanei. Não deveria, mas desencanei por não acreditar mais em nossa justiça”, relata Paulinho.
Assim na terra como no asfalto
A certeza de que nada vai acontecer faz os motoristas se comportarem como se fossem os únicos usuários das vias. O comportamento dos primeiros carros dessa competição reproduz o que podemos ver nas ruas em nossos deslocamentos: motoristas com pressa, acreditando que têm mais direito ao uso da via e que os demais devem liberar passagem, nem que seja na marra. Forçam o carro em cima das bicicletas, como se pessoas, bicicletas e até motocicletas e veículos menores fossem obstáculos obstruindo a passagem.
Ignorando leis e regras básicas de convivência em sociedade, pessoas assim fecham e até derrubam ciclistas também nas ruas, para ensiná-los a não ocupar o espaço sagrado do automóvel. Enquanto esses “descuidos” e “acidentes” não forem punidos como crimes, gente assim continuará agindo sem se preocupar com as consequências.
Site retirado do ar
Mas por falar em preocupação com consequências, o site do clube amanheceu fora do ar. Nele, era possível encontrar detalhes sobre a competição e fotos de participantes. Aparentemente todos os arquivos foram apagados do servidor, pois mesmo um link direto para o regulamento da prova não funciona mais.
A página de contato fornecia os seguintes endereços de e-mail e um número de celular, caso mais alguém da imprensa deseje entrar em contato:
Salles: salles@rallyeclubedobrasil.com.br – (19) 9623-4527
Assuntos gerais: rallyeclubedobrasil@rallyeclubedobrasil.com.br
As perguntas enviadas ao clube de “rallye”
Reproduzo aqui as perguntas que foram enviadas ao Rallye Clube do Brasil:
1. Havia conhecimento e autorização das autoridades locais (prefeitura, Polícia Militar) sobre a realização da competição?
2. Havia sinalização nas vias utilizadas, para indicar à população local e demais usuários das estradas de que ali estava sendo realizada uma competição de velocidade?
3. Foi prestado socorro aos ciclistas atingidos pelos veículos?
4. Houve discussão entre os dois grupos?
5. Houve contato com os ciclistas após o ocorrido?
6. A polícia foi comunicada sobre o ocorrido?
7. Havia carro batedor na dianteira do grupo?
8. Havia carro de emergência, que pudesse prestar socorro aos ciclistas atingidos?
9. Algum dos motoristas envolvidos aceitaria dar um depoimento, para mostrar o outro lado do ocorrido?
Apesar de não ter recebido resposta alguma, esta página continua aberta às respostas do clube, através do espaço de comentários.

Por Willian Cruz


 

2° tappa giro d'Italia Handbike Desenzano 2011


Bike Furniture Design

Welcome to Bike Furniture Design, the preeminent designer and producer of fine, hand-crafted, contemporary / modern furniture made from recycled and reused bicycles since 1990.



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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ciclistas sofrem atentado por pretensos pilotos de rally em São Paulo


Mais um ato de barbárie contra os ciclistas, dessa vez praticada por um grupo de motoristas participantes do Rallye Clube do Brasil

Esse logotipo é perfeito e simboliza exatamente o que o carro é na mão da maioria dos motoristas. Desde o atropelamento que houve no dia 25 de fevereiro em Porto Alegre ele começou a ser divulgado. Gostaria de saber quem fez e lhe dar os parabéns.

FOMOS ATACADOS !!!

No último sábado durante a um passeio de mountain bike que estávamos fazendo entre Joanópolis a São Francisco Xavier, nosso grupo composto por 40 ciclistas, foI “ATACADO” (Acho que a palavra correta é essa), por um grupo de motoristas denominado Rallye Clube do Brasil.

Um ciclista foi atingido pelas costas, por uma Mitsubishi TR4, calibre 4 x 4 e outro foi atingidos de raspão. Felizmente ninguém se feriu.

O “ATAQUE” foi efetuado pelos 3 primeiros carros, que passaram em alta velocidade, o primeiro deles, que atingiu dois de nossos ciclistas, também acelerou em cima de todos do grupo. Por pouco não passamos por algo semelhante do ocorrido em Porto Alegre. Mas nem todos os participantes desse rallye tiveram esse ato de barbárie. O curioso que somente os proprietários de Mitsubishi e Troller foram os que mais desrespeitaram todas as leis de trânsito que possa existir.

O mais engraçado que um dos participantes de forma estúpida nos comunicou que era um Rallye e que estávamos atrapalhando.

E acho que realmente era um rallye, pois os carros tinham números adesivados e também o nome Rallye Clube do Brasil. Só que acho que era um rallye pirata,sem nenhum aval de alguma federação de automobilismo, pois se realmente era um rallye deveria de ter um carro madrinha, ou alguém na frente e antes de todos os participantes, ou mesmo faixas informando não só a população, mas também como os usuários dessa estradinha de terra. E isso não ocorreu. Os caras colocam um número no carro, pegam uma planilha e se acham que tem o direito de fazer o que quiser.

Pesquisado no site www.rallyeclubedobrasil.com.br realmente havia um anuncio desse evento e lendo o regulamento da prova encontrei um item interessante com palavras bonitas, que infelizmente não foi cumprido e sujou e muito a imagem desses caras:

“27 – Alguns trechos da prova poderão ser feitos no interior de propriedades particulares. Portanto, dependerá do comportamento de cada participante a imagem que a prova trará aos moradores e proprietários e expectadores. Espera-se dos participantes, um comportamento que contribua para que o Rallye seja um esporte sadio e de alto nível, para que sempre seja possível contarmos com boas trilhas e angariar a simpatia do público para os próximos eventos”

Outro item que foi totalmente descumprido acho que eles nem conhecem para falar a verdade, foi o item 22 i, que é o desrespeito ao Código Nacional de Trânsito.
Link do regulamento:
http://rallyeclubedobrasil.com.br/2011/regprova2011.pdf


Apesar de não ser muito fã dessa modalidade, eu imaginava que os participantes eram pessoas que pelo menos respeitavam o próximo e principalmente aquele outro que está fazendo outro esporte com contato com a natureza. Mas pelo jeito não é nada disso. O Carro é realmente uma arma nas mãos dessas pessoas.

Recomendo sempre antes de pedalar visitar o site www.rallyeclubedobrasil.com.br para saber se eles não vão estar passando por alguma trilha por onde você possa estar pedalando.
[achou absurdo? então continue lendo!]*
RESPOSTA DO ORGANIZADOR DO RALLYE:
TENHO CERTEZA QUE NINGUEM DO NOSSO CLUBE COMETEU ALGUMA INFRAÇÃO DE TRANSITO. E O EVENTO NÃO UTILIZA EM MOMENTO ALGUM VELOCIDADES ACIMA DO PERMITIDOS.PELO QUE FUI INFORMADO VCS SE ENCONTRAVA NO MEIO DA ESTRADA FAZENDO UM LANCHE
VAI PRA PQP SEU BABACA
ATT DR SALLES salles@rallyeclubedobrasil.com.br
 [A palhaçada é grande! Nem fora da maldita cidade os bikers estão a salvo! O Dr. Salles é um exemplo que o dinheiro não compra integridade, inteligência e nem humanidade...]*
De: Sampa Bikers
*minha opinião 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

La vie est plus belle en btwin (HD)

Que coisa mais linda!



Pare e Pense: O respeito à vida depende de cada um de nós

Campanha do Ministério das Cidades.


“Você que vai morrer, eu só vou assinar o B.O.”

Depoimento da paulista Laura Sobenes ao ser ameaçada por um motorista de ônibus no final da tarde do domingo 01/05/2011:
“Pois é, aí hoje por volta de umas 12h estava voltando de Pinheiros pra casa (Bela Vista) quando um ônibus me fechou na Paulista, pra variar. Parei pra conversar com o motorista, dar um toque, falar pra ir mais devagar, tomar cuidado com o ciclista, aquela coisa toda…
Só que o cara começou a ficar agressivo, como acontece quase sempre e começou a falar que ciclista era pra andar na calçada, porque a rua era muito perigosa e bla bla bla.
O farol abriu, ele jogou o ônibus em cima de mim (eu estava na faixa do lado da faixa do ônibus) e eu parei de novo do lado e perguntei: “cara, pra que isso?” e tive que ouvir um curto e grosso: “ué, toma cuidado. É você que vai morrer. Eu só vou assinar um B.O.”
Pois é. É bem capaz que isso aconteça mesmo. Se um cara atropela a Massa Crítica de Porto Alegre e anda solto por aí, que dirá um motorista de ônibus que atropelar “só um” ciclista…
Enfim, persegui o cara e fiz um vídeo.”

Discussão com motorista de ônibus na Av. Paulista from Laura Sobenes on Vimeo.



Infelizmente esse caso não é uma exceção. Muitos motoristas ainda acreditam que lugar de  bicicleta é na calçada e nos parques, e outros tantos acham que o ciclista é que tem que se cuidar, senão vão passar de carro por cima dele, quando na verdade quem deveria zelar pela segurança dos ciclistas (e pedestres) são os motoristas, já que estão armados, conduzindo com responsabilidade e respeito aos demais.

 
Esse comportamento reflete a nossa cultura de não tratar os homicídios no trânsito com a mesma seriedade com que tratamos as mortes fora do trânsito (“Foi um acidente”). E também é um reflexo das políticas públicas, e, infelizmente, Prefeitura e órgãos que deveriam fiscalizar o trânsito são muito pouco eficientes (pra não dizer inúteis) na conscientização e educação dos motoristas.
Em Porto Alegre a situação é clara: mais de dois meses depois do atropelamento de dezenas de ciclistas, a prefeitura e EPTC ainda não instalaram as placas pedidas com urgência pelos ciclistas que participaram da reunião na EPTC (que contou até com presença do prefeito José Fortunati). Placas essas que deveriam mostrar para os carros que bicicletas podem (e devem) transitar na rua e que os veículos motorizados têm que manter uma distância de 1,5m do ciclista.

 

Pior ainda, além de não instalar as placas solicitadas, a Prefeitura de Porto Alegre removeu diversas placas de “Compartilhe a Pista”, instaladas pelos próprios cidadãos da cidade, sob o pretexto de que “estavam fora dos padrões”. O máximo que poderia acontecer era o motorista não conseguir ler, pois as placas eram menores do que o padrão da EPTC.
Outro exemplo do fracasso do poder público em fazer os motoristas respeitarem os pedestres, foi o “Novo Sinal de Trânsito”. A faixa segue sendo desrespeitada pela maioria dos motoristas.
Não podemos ficar parados contando com o “poder público”. O nosso poder é a nossa criatividade, a nossa força física e os nosso recursos, precisamos usar eles para recriar a nossa cidade. A cidade é das pessoas, a nossa cultura somos nós que fazemos, precisamos espalhar nossas idéias com arte, com ação direta, com manifestações e com alegria. Precisamos continuar nos mexendo e incomodando para melhorar a cidade.

Vá de bici 

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P29BR 29ER LONG TERM TEST / Scott Scale 29 Pro - Impressões finais

Experimentando a fundo a 29er em carbono mais acessível da Scott.


Há algum tempo a Scott Scale 29 Pro foi apresentada em detalhes aqui no P29BR, mais precisamente em janeiro passado (http://projeto29brasil.blogspot.com/2011/01/p29br-29er-test-apresentando-scott.html). Imagino que os blog-leitores mais assíduos já deveriam estar se perguntando o por quê do teste propriamente dito ainda não ter sido publicado. O caso desta Scott é bem diferente. A IGP, representante da marca no Brasil, inovou e cedeu ao P29BR a Scale 29 Pro por um período mais extenso, foram três longos e divertidos meses a bordo de uma 29er muito especial. Sendo assim, tive todo o tempo necessário para explorar com profundidade o modelo e experimentar na prática todo tipo de alteração ou upgrade que os eventuais proprietários poderiam idealizar.


Conforme mencionei antes, a Scale 29 Pro é de fato especial e razões para confirmar isso não faltam, sejam elas técnicas, estéticas ou comerciais. O advento da linha 2011 de bicicletas da Scott marcou o lançamento dos dois primeiros modelos de 29ers produzidos em carbono pela marca suíça, reconhecida internacionalmente como especialista na manipulação desse nobre material. A espetacular Scale 29 RC, modelo de competição com rodas grandes top de linha da Scott dispensa apresentações, entretanto custa mais que o dobro a Scale 29 Pro, esta última que por sua vez conta com uma relação custo X benefício extremamente favorável. Ambas compartilham do mesmo e moderníssimo processo construtivo, batizado de IMP3, onde top tube, head tube e down tube são construídos como uma peça única, o que gera uma considerável diminuição de peso e aumento de rigidez do conjunto em relação aos processos de fabricação com fibras mais tradicionais. Apesar do belo quadro da Scale 29 Pro ser muito similar em aparência ao modelo mostrado anteriormente no P29BR (http://projeto29brasil.blogspot.com/2010/12/p29br-29er-dream-carbon-frames-niner.html), são empregadas aqui fibras diferentes, do tipo HMF e não as HMX do "irmão" de 949 gramas; ainda assim, o peso do quadro da Scale 29 Pro está na casa de 1.150 gramas, ou seja, ainda é muito mais leve que a grande maioria dos principais concorrentes diretos. O interessante é que o quadro é integralmente construído em carbono, sem apelar para inserts de metal nas áreas críticas como, por exemplo, no robusto head tube conificado, na concha do movimento central e nas gancheiras. Tudo isso também justifica seu baixo peso. O triângulo traseiro desta Scott do mesmo modo foi concebido como uma estrutura única, com a particularidade de utilizar o sistema SDS de absorção de impactos, desenvolvido para permitir alguma flexibilidade vertical e ao mesmo tempo otimizar a rigidez lateral, visando minimizar as vibrações de alta frequência advindas do terreno e ainda responder rapidamente aos esforços de pedalada. Outra tendência de mercado entre os modelos top de linha são os cabos de câmbio correndo internamente aos tubos, na Scale 29 Pro não é diferente. A Scale 29 Pro pesou 10,8Kg sem os pedais e desde o princípio mostrou grande potencial para “emagrecer” sem muito esforço (e gasto).


Em termos de geometria, a Scott já tinha mostrado um interessante diferencial nos seus modelos construídos em alumínio, lançando mão de uma suspensão dianteira com 100mm de curso, montada em um quadro com ângulo de caixa de direção relaxado, são apenas 69.5°, além de uma traseira curtíssima, com 440mm de comprimento nos chain stays e o movimento central baixo em relação ao eixo das rodas. Alguns conhecedores de 29ers se mostraram céticos num primeiro momento em relação aos números da geometria da Scott, visto que até então a cartilha da moderna bicicleta aro 29" pregava que o ângulo do head tube deveria ser mais elevado em relação ao padrão usualmente aceito para as bikes aro 26" de XC. Na prática a geometria da Scott se mostrou muito bem sucedida desde o início, contudo com a chegada dos novos quadros em carbono, a marca se superou novamente e avançou ainda mais, a Scale 29 Pro está mais fácil de pilotar,  além de contar agora com chain stays de apenas 438mm de comprimento, graças ao seat tube curvado e da maior liberdade na concepção do formato dos tubos proporcionada pelo emprego da fibra de carbono.


No quesito componentes os destaques são vários, começando pela transmissão de 30 velocidades, uma mescla interessante entre SRAM e Shimano. Da primeira vem o câmbio traseiro X.9, os trocadores X.7, o cassette 12-36 e a corrente; da marca japonesa você encontrará o câmbio dianteiro SLX Dyna-Sys e o pedivela  FC-M552 42-32-24 compatível com o movimento central BB92 do tipo Press-Fit escolhido pela Scott para equipar a bike, trata-se de um padrão desenvolvido pela própria Shimano e explicado em detalhes  no post “Entendendo os novos tipos de movimento central” (http://projeto29brasil.blogspot.com/2011/03/p29br-29er-doc-entendendo-os-novos.html). O curioso aqui é que um aviso colado ao pedivela afirma que o mesmo é somente compatível com correntes Shimano HG-X Dyna-Sys, em termos práticos isso simplesmente não se aplica, ou seja, mesmo com o setup eclético da Scale 29 Pro seu funcionamento é perfeito, ainda que  combinado com uma corrente PC-1031 da concorrente SRAM! As competentes rodas estão montadas com aros e raios DT Swiss, além possuírem de nipples de alumínio anodizado na cor vermelha. Anodizada também é a caixa de direção Ritchey Comp. Vários componentes, como mesa, guidão, canote e manoplas são de marca própria, mas seguem mantendo o alto padrão de qualidade do pacote, além de apresentarem cores coordenadas com o resto da bike, incluindo com a suspensão dianteira RockShox Reba 29 RL que possui trava no guidão. Deixo uma ressalva especial ao Avid Matchmaker, que permite agrupar os manetes de freio e os trocadores de maneira ergonômica, deixando o guidão mais limpo e com maior espaço útil. Os pedais de encaixe Shimano na cor branca também compõe bem com o visual da bike.


A partir do momento que o piloto assume o comando do cockpit da Scale 29 Pro, imediatamente percebe que tem nas mãos uma máquina de competição, colocando-se em uma posição lançada e baixa, por conta do seu bem escolhido guidão reto e head tube de altura compacta, ainda que seu peso se mantenha bem distribuído entre os eixos. Por conta dos chain stays curtos, acelerar a Scale 29 Pro não é difícil, no entanto a bike brilha mesmo nos singletracks, numa evolução do comportamento que já havia observado na versão em alumínio das 29ers da Scott.

Quanto mais acidentado o percurso, mais ficam evidenciadas as qualidades da Scale 29 Pro. Sua suspensão Reba RL com 100mm de curso surpreendeu, se mostrou muito eficiente e incrivelmente suplantou em desempenho a Reba RLT – mais cara -  que testei que há algumas semanas em outra bike. Os milímetros adicionais de curso são bem aproveitados pela Scott e fazem toda a diferença na trilha. Andei quase que o tempo todo com a suspensão travada e ajustei a sensibilidade da plataforma Floodgate de modo a torná-la bastante ativa. Utilizei com sucesso a calibragem de 110 psi na câmara positiva e 115 na negativa, o que resultou em melhor desempenho na parte inicial do curso, as conhecidas ondulações de baixa velocidade.


Nos trechos sinuosos, a Scale 29 Pro parece rodar sobre trilhos, mostrando uma recuperação de velocidade acima da média em saídas de curva. Apesar dos pneus Rocket Ron 29x2.25” passarem uma impressão de serem superdimensionados para uma bike de XC, ao contrário do que se poderia esperar,  apresentam baixa resistência à rolagem e boa aderência na grande maioria das situações. Eles estão entre os itens responsáveis pelo ótimo desempenho desta Scott nas curvas, além disso os Schwalbe são “Tubeless Ready”, ou seja, preparados para uma eventual e sempre desejada conversão para o uso sem câmaras.

Em descidas, apesar da curta distância entre-eixos, a todo momento você é lembrado que está mesmo a bordo de uma 29er, já usualmente uma mountain bike estável e confortável. Em se tratando de uma rabo-duro como a Scale 29 Pro o quesito conforto foi maximizado ao extremo e atende pelo nome de SDS. O SDS - Shock Damping System está longe de ser apenas uma jogada de marketing da fábrica, o sistema de amortecimento desenvolvido pela Scott para os chain stays da versão em carbono da Scale efetivamente funciona no sentido de anular uma parcela importante dos efeitos das ondulações do solo sobre o piloto, o que garante muitas e contínuas horas de pedal para o feliz proprietário desta bike.


Os freios Avid Elixir 5 aliados à sábia escolha da Scott por um rotor de maior diâmetro na dianteira, 185mm, tem como resultado uma frenagem segura e bem modulada, por outro lado, em nenhuma situação travei a roda traseira, mais uma qualidade inerente das 29ers que ficou evidenciada neste modelo da Scott. O suporte traseiro Direct PostMount 160 desenvolvido pela Scott é bastante funcional e mais um pequeno detalhe a colaborar para o baixo peso do conjunto.

Finalmente, nas subidas a Scale 29 Pro é um verdadeiro foguete, fica claro que se trata de uma bike criada para aqueles que buscam desempenho e velocidade. A concha do movimento central mais larga e projetada para o padrão Press-Fit oferece 15% a mais de rigidez e colabora decisivamente para que a potência dos pedais seja transferida às rodas de forma eficiente. É uma bike perfeita para se pedalar em pé e tirar proveito uma vez mais do grip dos seus grandes pneus, que demoram a perder tração.


Os três meses de pedal com a Scale 29 Pro foram extremamente proveitosos e me permitiram testar na prática muitos dos upgrades que costumo recomendar aos blog-leitores. Vamos a eles:

- Conversão tubeless: A conversão propriamente dita foi uma das mais tranqüilas que já realizei, nem precisei remover a fita de aro original de fábrica, apenas instalei sobre ela a fita de borracha NoTubes específica para aro 29”. Montei os pneus, coloquei o selante, a tradicional espuma de sabão nas laterais e passei a inflar até que os pneus estivessem corretamente assentados. Daí em diante, bastou calibrar os Rocket Ron com algo em torno de 30 psi e aaproveitar ainda mais as qualidades da Scale 29 Pro. Upgrade aprovado e recomendado.

- Troca do guidão: O guidão original de 660mm de largura foi trocado por um modelo riser mais largo, com 685mm. Aqui não houve ganho de desempenho, além da frente da bike se tornar alta demais, mesmo jogando com os espaçadores da mesa. Ficou claro que o guidão Scott Hot Rod flat é a melhor opção neste caso. Se pretender usar bar ends, prefira então um guidão ainda reto só que mais largo para não perder alavanca em comparação ao modelo de fábrica. Upgrade reprovado.

- Uso de pneus mais estreitos: Como ia participar de uma competição de maratona sem grandes dificuldades técnicas, preferi montar pneus puramente de XC com perfil mais estreito na Scale 29 Pro. Sinceramente, não percebi um ganho de performance e peso tão evidente que justificasse a troca. Ainda assim, esse é um upgrade que merece mais reflexão. Com os pneu originais mais largos, o “mud clearance” (espaço para escoamento de lama entre os chain stays e o pneu traseiro) é insatisfatório e pode de fato prejudicar a pedalada em situações de muita lama. Por outro lado, em condições secas não há qualquer problema com o equipamento de fábrica, além disso considero o Schwalbe Rocket Ron o melhor pneu todo-terreno disponível para rodas de 29 polegadas, por isso, se gostar de explorar trilhas desconhecidas ou de encarar trechos técnicos, é preferível seguir com os originais. Upgrade recomendado para rodar na lama.

- Troca do selim: A marca foi muito cuidadosa na escolha dos componentes para a Scale 29 Pro, o selim original é um leve modelo de competição da Selle Italia customizado para a Scott. Ele conta com um perfil adequado e uma plataforma bastante rígida, como pedem os profissionais. No entanto poucos de nós, simples mortais, temos estrutura física para suportar algumas dezenas de quilômetros sobre um selim de cobertura mais rígida como este, por isso sugiro migrar para um modelo mais confortável. Como sempre digo, a escolha de um selim é muito pessoal. De qualquer forma atendendo a pedidos dos blog-leitores estou elaborando um artigo falando da minha busca incansável pelo selim perfeito, fique ligado. Upgrade aprovado e recomendado para não profissionais.

- Pedivela de duas coroas: O chainline, ou linha de corrente, da Scale 29 Pro favorece enormemente o emprego de um pedivela de duas coroas, perfeito para um uso XC numa bike leve como esta, assim todas as suas combinações de marchas poderiam ser integralmente utilizadas e a pedalada se tornaria mais natural. Acontece que o movimento central BB92 limita a escolha do pedivela somente entre os modelos da própria Shimano. Hoje na linha de produtos da marca japonesa, apenas o XTR está disponível nessa configuração de coroa dupla, o que pelos próximos meses tornaria este upgrade muito custoso, pelo menos até o já anunciado lançamento da nova linha XT com opções em pedivelas de dupla coroa. Felizmente, alguns outros fornecedores de componentes desenvolveram um movimento central compatível com conchas BB92, mas que permite a montagem de outros pedivelas com eixo de 24mm, como é o caso da FSA, aí nesse caso o proprietário da Scale 29 Pro teria também que substituir o movimento central original. Upgrade recomendado para aqueles que hoje possuem um bom saldo bancário e que querem ganhar em termos de peso e desempenho.

Os pilotos mais pesados poderiam preferir um eixo passante na suspensão dianteira, como o 15QR, o que garantiria uma direção mais precisa nas condições mais adversas. Para meus 75Kg o eixo dianteiro padrão de 9mm mostrou-se funcional e supriu tranquilamente minhas necessidades.


A Scale 29 Pro tem preço sugerido de R$ 9.999,00 e está disponível em três tamanhos (M, L e XL). Considerando-se a qualidade do quadro e seu potencial como um todo, esta 29er da Scott pode ser a opção ideal para o biker interessado em competir em alto nível, sem ter que dispor de um valor mais alto para contar com os benefícios de um equipamento tecnologicamente avançado como este. Pessoalmente, confesso que está sendo difícil de me separar da Scale 29 Pro, seguramente uma das 3 melhores 29ers que já pedalei até hoje...e olha que até hoje foram muitas.

Keep 29eriding!