segunda-feira, 31 de maio de 2010

EFEITO DA MASSA CORPORAL NO CICLISTA

O aumento da massa corporal (peso) e também do peso transportado contribui para o gasto de energia mais elevado em atividades como a ciclismo, o que significa um esforço extra no momento que o atleta estiver pedalando. Esta influencia sobre o metabolismo energético ocorre, dentre outros fatores, pelo aumento da gordura corporal e equipamentos e acessórios mais pesados. Apesar disso, não podemos afirmar que todo aumento da massa corporal é ruim, pois, caso o atleta esteja realmente precisando, e o aumento vier na forma de massa muscular será algo extremamente positivo.
A simples observação de um grupo de ciclistas, mountain bikers ou ciclistas de estrada, pedalando em percursos com muitas subidas já é suficiente para diagnosticarmos que os atletas mais leves obtêm grande vantagem sobre os mais pesados em trechos de subida. Esta diferença é ainda maior no alto rendimento e caracteriza muito bem o perfil dos grandes escaladores como o imortal Marco Pantani, com seu baixo peso corporal e seu perfil esguio. No entanto, esta diferença é bastante reduzida se o atleta estiver pedalando em uma bicicleta estacionária ou em um percurso plano sem sofrer influencia do vento, apenas 5% mais alta entre as pessoas pesadas.
  Como o mountain bike é um esporte praticado em terrenos irregulares, repleto de muitos trechos de subidas, um número considerável de praticantes deste esporte, cada vez mais, esta em constante busca pela redução da massa corporal com o intuito de melhorar o desempenho esportivo. Isto é ruim? Não, desde que o atleta faça uma avaliação se existe ou não a necessidade deste tipo de estratégia e, para isso, conte com a orientação de profissionais capacitados.
  Antes de adotar estratégias erradas para produzir perda de peso é interessante saber que existem três maneiras de desequilibrar a equação do equilíbrio energético (ingestão calórica x dispêndio calórico). A primeira delas é reduzindo a ingestão calórica das necessidades diárias, a segunda é mantendo a ingestão calórica e aumentando o dispêndio de energia produzindo gasto adicional além acima das necessidades energéticas diárias e a terceira é a redução a ingestão calórica diária juntamente com o aumento do gasto de energia.


 









Não cabe a mim a indicação de qual procedimento é o mais adequado sem analisar cada caso individualmente. Apesar disso, é interessante citar que algumas pesquisas revelaram que a manutenção em longo prazo da perda do peso corporal através da restrição dietética apresenta um percentual de sucesso inferior a 20%, a perda rápida de peso durante os primeiros dias do déficit calórico reflete principalmente a perda hídrica corporal e do glicogênio (nosso estoque de energia proveniente dos carboidratos); ocorrendo uma maior perda de gordura à medida que a restrição calórica prossegue.
  O mais correto é entendermos que existem diferenças individuais e o sucesso no mountain bike não obedece a lei do mais leve. Durante os muitos anos da minha carreira esportiva ganhei muitas competições, mas também perdi para muitos atletas cuja massa corporal era mais alta que a minha, porém adequadas as suas características. Não existem milagres e toda mudança, quando necessária, dever ser feita de maneira inteligente e sólida para que traga os resultados esperados e o aumento no desempenho esportivo.

Prof. Ms Helio Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário