sábado, 19 de março de 2011

Onde há vida: bicicletas

Antes de qualquer coisa, preciso dizer que não é o caso aqui de se tratar a bicicleta como objeto sagrado, indestrutível. Depois do terremoto e do tsunami no Japão, assim como há milhares de corpos nos escombros, estão soterradas centenas de bicicletas destruídas, retorcidas.


Nestas situações extremas, porém, a bicicleta mostra-se forte porque é flexível. Assim como o bambu, para lembrar a fábula zen.
As fotos selecionadas a seguir foram divulgadas por grandes agências internacionais de notícias. Que devem ter dezenas de centenas de fotos da trágedia no Japão. Inspirei-me nesta fotoreportagem do Daily Mirror. Palavra chave: struggle to survive.
Imagens valem mais do que mil palavras. E estas imagens aqui dizem que, apesar de tudo o que aconteceu, a vida pode seguir seu rumo. Quando tudo ao redor ruiu e parou, basta ter esperança e usar as ferramentas certas. Usar o que está à mão, aquilo que depende da força humana e de um caminho a seguir.


Talvez a maior qualidade da bicicleta seja estar tão próxima ao que há de mais humano em nós.


Sua funcionalidade depende somente do corpo humano e da energia dos músculos – que é a mesma energia de estarmos vivos.


O espaço de uma bicicleta é a dimensão do corpo humano. Praticamente, onde uma pessoa pode passar caminhando, a bicicleta passa também. Não é preciso pistas de 4m de largura. E não são pequenas fissuras no solo que a impedem de seguir adiante. Porque elas podem ser empurradas ou carregadas nos braços. E depois: seguir em frente.

 

Vi no excelente Bicicletas e Livros 

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