quinta-feira, 17 de março de 2011

Mário Roma prevê bom entrosamento com deficiente visual Adauto Belli na Cape Epic 2011

Mário Roma fará dupla pela 1ª vez com Adauto Belli

Mesmo já tendo completado quatro edições da dura Cape Epic, uma das ultramaratonas de mountain bike mais difíceis do mundo, Mário Roma terá um desafio completamente diferente neste ano. Na prova sul-africana, o português naturalizado brasileiro correrá ao lado do atleta deficiente visual Adauto Belli. Para isso, eles utilizarão uma bicicleta tandem, de dois lugares, o que torna a competição ainda mais complicada.
Apesar da dificuldade, eles ainda não treinaram juntos. Nada que abale a confiança de Roma num bom entrosamento. “Vamos se encontrar na Cidade do Cabo, uma semana antes, para fazer uns ajustes”, conta ele. “Mas como o Adauto é uma pessoa que tem muito espírito de equipe, uma coisa que não falta para quem tem deficiência, e com a experiência que ele tem em ultramaratonas, acho que vai dar certo.”

Organizador da Claro Brasil Ride 2010, disputada na Chapada Diamantina, Roma conheceu Adauto justamente na competição nacional, na qual o deficiente visual fez dupla com Daniela Lemke. Na oportunidade, porém, a parceria não se deu bem nos primeiros dias e Adauto correu a quarta etapa ao lado de Weimar Pettengill, parceiro de uma aventura de bike que foi de Brasília a Paraty, e que rendeu até livro. Mesmo assim, eles tiveram que abandonar a prova por uma causa de problemas com a tandem.


Agora, quando recebeu o convite para correr novamente a Cape Epic, Roma não pensou em “ninguém mais merecedor que o Adauto”. “Conheci ele na Brasil Ride e fiquei impressionado com a determinação dele”, lembra Roma sobre o atleta, que fará sua estreia na prova sul-africana. “Com esses problemas todos, encarar um negócio desses (ultramaratona de MTB)... E ele ainda acha divertido”, acrescenta o português.


Objetivo e mensagem
- Diante de uma prova com mais de 700 quilômetros de percurso e 14 mil metros acumulados de subidas e descidas, Roma admite que a maior meta é cruzar a linha de chegada para transmitir uma mensagem de superação. “Não tem nenhum outro objetivo que não seja terminar e passar a palavra para um monte de crianças no mundo que têm o mesmo problema que o Adauto, para elas acreditarem que tudo é possível”, explica o experiente atleta, de 47 anos.

“Nós dois, bem capacitados, terminar numa tandem já é uma proeza”, afirma Roma, que lembra apenas de uma dupla que completou a Cape Epic em uma bicicleta de dois lugares: um casal belga, em 2007. “Não fizemos nenhum treino, mas tem sete dias para aprender, quando a gente voltar vamos estar bom nisso”, brinca o português, mantendo o bom humor. “Os problemas a gente faz deles do tamanho que a gente quer enxergar. Como o Adauto não enxerga...”, conclui Roma. 
 
Por Rafael Bragança
 
 
 

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