Adriano Rech Broilo,
presidente da Associação Caxiense de Ciclismo (Acaci)
presidente da Associação Caxiense de Ciclismo (Acaci)
Mirante: Como é a relação entre ciclistas e motoristas caxienses?
Adriano Rech Broilo: Não existe. O maior enxota o menor. O ciclista se sente um estorvo, é sujeito a qualquer momento de ser jogado para fora. É uma questão cultural. O automóvel é visto como elemento de ascensão social. Com o motorista, é muito pouco explorada essa convivência com a bicicleta. A própria legislação de trânsito, por exemplo: os sinais para os ciclistas são muito poucos. O próprio Código (de Trânsito Brasileiro): o assunto não foi tocado por se acreditar que não é uma demanda da sociedade, ou é uma demanda de uma minoria. Não existe acolhimento (ao ciclista), não existe convite. O maior exemplo é a universidade (UCS), tem muitos espaços em que a bicicleta é proibida.
Mirante: A engenharia do trânsito na cidade leva em conta os ciclistas?
Adriano: As cidades são feitas para acolher o veículo, para serem mais rápidas, mais ágeis. Só se fala em aumentar o fluxo, em aumentar velocidade. Para mudar essa percepção, seria necessário preparar as cidades para se andar de bicicleta, para se andar pé. Isto é, com ênfase para ciclovias, para aumentar calçadas. Quanto abriram a (Avenida) Júlio (de Castilhos), o recado dado foi a preferência ao veículo. Na concepção dos projetos, não é considerado o ciclismo no sistema viário, que é projetado exclusivamente para veículos. O ciclista já nasce excluído. Bicicleta não tem espaço. Na frente da Catedral, ali foi um grande estacionamento de bicicletas décadas atrás, por causa da Eberle. Isso depois se perdeu.
Mirante: De que maneira pode se estimular o ciclismo em Caxias?
Adriano: Tem de pensar na base. Poderia começar pela escola. O aluno que recebe educação para o trânsito recebe um certificado. A escola precisaria ter bicicletário, a via precisaria estar sinalizada com ciclovia ou ciclofaixa. Dizer que a geografia aqui em Caxias não favorece não é uma verdade. É uma maneira de esfriar a discussão.
Mirante: Que tipos de cuidados devem ser recomendados ao ciclista caxiense?
Adriano: Comportar-se observando a legislação de trânsito, usar equipamentos de segurança, evitar andar em calçadas, usar roupas vistosas.
Mirante: Numa escala de zero a 10, qual o grau de risco para o ciclista caxiense?
Adriano: Dez. A legislação prevê que o automóvel deve passar a 1,5 metro da bicicleta e reduzir a velocidade. Isso não existe em Caxias, raramente é informado nos cursos de formação. Por isso o risco é alto.
Adriano Rech Broilo: Não existe. O maior enxota o menor. O ciclista se sente um estorvo, é sujeito a qualquer momento de ser jogado para fora. É uma questão cultural. O automóvel é visto como elemento de ascensão social. Com o motorista, é muito pouco explorada essa convivência com a bicicleta. A própria legislação de trânsito, por exemplo: os sinais para os ciclistas são muito poucos. O próprio Código (de Trânsito Brasileiro): o assunto não foi tocado por se acreditar que não é uma demanda da sociedade, ou é uma demanda de uma minoria. Não existe acolhimento (ao ciclista), não existe convite. O maior exemplo é a universidade (UCS), tem muitos espaços em que a bicicleta é proibida.
Mirante: A engenharia do trânsito na cidade leva em conta os ciclistas?
Adriano: As cidades são feitas para acolher o veículo, para serem mais rápidas, mais ágeis. Só se fala em aumentar o fluxo, em aumentar velocidade. Para mudar essa percepção, seria necessário preparar as cidades para se andar de bicicleta, para se andar pé. Isto é, com ênfase para ciclovias, para aumentar calçadas. Quanto abriram a (Avenida) Júlio (de Castilhos), o recado dado foi a preferência ao veículo. Na concepção dos projetos, não é considerado o ciclismo no sistema viário, que é projetado exclusivamente para veículos. O ciclista já nasce excluído. Bicicleta não tem espaço. Na frente da Catedral, ali foi um grande estacionamento de bicicletas décadas atrás, por causa da Eberle. Isso depois se perdeu.
Mirante: De que maneira pode se estimular o ciclismo em Caxias?
Adriano: Tem de pensar na base. Poderia começar pela escola. O aluno que recebe educação para o trânsito recebe um certificado. A escola precisaria ter bicicletário, a via precisaria estar sinalizada com ciclovia ou ciclofaixa. Dizer que a geografia aqui em Caxias não favorece não é uma verdade. É uma maneira de esfriar a discussão.
Mirante: Que tipos de cuidados devem ser recomendados ao ciclista caxiense?
Adriano: Comportar-se observando a legislação de trânsito, usar equipamentos de segurança, evitar andar em calçadas, usar roupas vistosas.
Mirante: Numa escala de zero a 10, qual o grau de risco para o ciclista caxiense?
Adriano: Dez. A legislação prevê que o automóvel deve passar a 1,5 metro da bicicleta e reduzir a velocidade. Isso não existe em Caxias, raramente é informado nos cursos de formação. Por isso o risco é alto.
Adriano Broiolo, em entrevista a Ciro Fabres
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[Adriano Broilo foi perfeito. Sem sensacionalismo, só a verdade. Que muitos o ouçam! Nós, ciclistas, estamos precisando!]
Muito bom o post!!!!! Infelizmente sofremos muito no transito!!!
ResponderExcluirLamentável, Off Roads! Estamos sendo caçados, numa cidade vizinha, aqui, sem motivo nenhum... não sei o q está acontecendo, mas pedalo há 20 anos e só está ficando cada vez pior...
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