Estacionaram na ciclofaixa compartilhou a foto de Bicicletada Floripa.
Acho que a combinação bicicleta + gente pelada + respeito é demais pra cabeça de um povo doente.
Por que protestar de bicicleta pelado/a?
Não ia me incomodar em responder ou explicar para cada pessoa que, com um comentário maldoso, condenou ou julgou os/as ciclistas que no sábado, tiraram as roupas, pintaram os corpos, e foram pedalar por mais segurança, mais atenção, mais paciência no trânsito.
Parti do pressuposto de que, quem critica, lê, busca informações, faz pesquisas, e por fim, critica e dá uma sugestão, e mais, toma alguma atitude para tornar as coisas melhores.
Comentários, críticas, diferentes tipos de opiniões são sempre possíveis, são saudáveis quando não agridem homens e mulheres, são importantes para refletir sobre novos modos, novas atitudes, novos conceitos e possibilidades. Todos tem o direito de falar o que quiser, sem dúvida, mas se informem antes, por favor.
Pois então meus caros e caras, para quem só bastou chamar de putas as mulheres que mostraram os seios, e chamar de tantos outros nomes os homens que se despiram e pedalaram sob suas bicicletas, explico, carinhosamente, por quê dessa atitude.
Todo ano, milhares de pessoas morrem em decorrência de acidentes de trânsito envolvendo automóveis, todos os dias, um ciclista é desrespeitado/a, atropelado/a e morto/a. Deve ter alguma coisa de errado. Bicicleta é o meio de transporte mais limpo, mais econômico, menos barulhento, agressivo, e mais seguro do que qualquer outro. Por que tantas mortes? Por que tantos ciclistas sendo vítimas da alta velocidade e desrespeito/a por parte de motoristas?
Sou ciclista, meus amigos/as são ciclistas, muitas pessoas podem ser ciclistas, e precisamos urgentemente que mudanças ocorram no estilo de vida nas cidades, já entulhadas de carros, de poluição, barulho e violências de todos os tipos.
Protestar pelado/a é uma forma de chamar a atenção, é mostrar o quanto estamos desprotegidos frente uma sociedade habituada com o estresse e a pressa, é nos fazermos ver, agitar, mexer, perturbar quem não quer nos enxergar nos cantos das ruas. E eu te digo, é menos perturbador um ciclista pelado/a do que um atropelado/a...
Não se preocupem, pedalamos pelados/as só um dia do ano, os outros 364 estamos com roupas, refletivos, capacetes, luzes, luvas, e quando nos vir, reduza a velocidade, respeite, cuide, tenha paciência. Seja amigo/a de um/a ciclista, seja um/a também.
Agora, para quem mesmo assim continua achando que tudo não passou de uma putaria (como ouvi pessoas dizendo) uma bagunça despropositada, faço mais um convite – carinhoso também: se informe, ame seu corpo, ame sua cidade, pare de só criticar e tome atitude e coragem, e tente mudar alguma coisa que você acredita para melhor. Depois vem andar de bicicleta comigo, e me conta se foi fácil.
Texto de Gabriela Grimm.
Fonte:
https://www.facebook.com/BicicletadaFloripa?ref=stream
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